Diversidade, sim. Porque um mundo de iguais é chato e pobre de ideias.
Diversidade, sim. Porque um mundo de iguais é chato e pobre de ideias.
Você se lembra da sua última atração?
Todo mundo, e quero dizer todo ser humano vivo ou morto, que ficou atraído por outra pessoa, sabe que esse magnetismo nada tem a ver com altura, peso, sexo, gênero, idade, ser preto, branco, amarelo ou vermelho, com países, religião, etnias, partido político, estágio social e cultural, preferências culinárias, nível educacional.
Antes que me joguem pedra.
Não estou dizendo aqui, que todo mundo é ou será atraído por seu oposto ou pelo “exótico”, e muito menos que essa atração será desenvolvida e evoluída para uma relação entre pessoas. Mas, sim, que neste momento de atração, estamos livres dos exércitos sociais que nos vigiam e nos oprimem.
Quero falar daquele primeiro momento, aquele instante antes de tudo, a priori, intuitivo.
Aquele átimo de segundo que te paralisa, ou te deixa frenético, que te emudece! Ou, te destrava a tagarelice como um meio de disfarçar o magnetismo evidente de seu estado contemplativo. Aquele que te deixa com um sorriso bobo nos lábios, que não é riso, nem gargalhada, nem sorriso amarelo. Que não te deixa dormir. Que te faz transpirar, que te deixa de cabeça quente, com o corpo tremelicando, que te dá uma fome danada ou te deixa jejuando por dias, se satisfazendo apenas em bebericar as palavras deste outro que nos atrai, achando graça, pertinência, inteligência, leveza, sensualidade, beleza, em tudo que esta atração faz.
O “hormônio do prazer”
Dizem que é a tal elevação nos níveis de dopamina em nosso cérebro, também chamado de “hormônio do prazer“, do amor, do sexo, da felicidade. (você pode me ajudar e descrever outras sensações para enriquecer o prazer dessa leitura).
O momento mágico de incríveis e incontroláveis sensações
O ponto aqui é que se você já se sentiu atraído, você sentiu alguma dessas incríveis e incontroláveis sensações. E quem diz que não, ou nunca se sentiu atraído ou não está sendo 100% honesto consigo mesmo.
Por um momento mágico (podemos estar falando de minutos, dias ou meses), esses efeitos profundos são ainda mais gostosos e intensos porque estão isentos de julgamentos, crivos sociais e religiosos. Eles nos aproximam do ser pelo qual estamos magnetizados. Eles nos transmitem uma sensação de prazer, de flutuação. Alguns dizem que nos sentimos assim, porque nos sentimos mais perto de cumprir a nossa missão animal de acasalar.
Os exércitos sociais que nos vigiam
Muito infelizmente, muitas dessas atrações entre pessoas não evoluem para outras relações afetuosas justamente pelo assunto em questão: a aversão ao diferente institucionalizada pelos códigos sociais, culturais e religiosos. Estamos cercados consciente e inconscientemente por um verdadeiro exército nos vigiando dia e noite para que a gente não cai na tentação de se misturar. Nem pensar em namorar aquele pobre, deficiente, aquele imigrante, ignorante, aquele rico, porém preto, aquele rico, porém amarelo, aquele rico, porém gay e vai por aí.
A falta de diversidade
Porque nós somos tão lindos e perfeitos, não? Tão excepcionais! Super mega bons partidos, inteligentes, altos, fortes, magros, cool, adorados, e por aí vai (contem ironia).
Vamos parar com isso, gente?
Nós somos todos seres humanos. Tudo que você tem aí dentro de você eu também tenho. Aliás, mais de 7 bilhões têm. Se você é especial, é a cocada do pedaço, a última bolachinha do pacote, a coca gelada do deserto, somos todos. Então, vamos deixar rolar nossas atrações? Vamos? Vamos para o próximo passo que é transformar essa atração em relações de amizade, amor, sexo. Vamos construir, nutrir, fortificar ou abandonar essas relações baseadas em nossa atividade de nos relacionarmos com quem nos atraiu. E não abortá-las por conta de dogmas de nossa sociedade.
Todo mundo está vindo para esta conversa
Mark Greene, autor de um livrinho chamado The Little #MeToo Book for Men, diz que “todo mundo está vindo, todo mundo está vindo para esta conversa”. Eu vejo isso tão claramente, quando comparo esse com outros assuntos e palavras da moda. Diversidade e Inclusão estão revirando as coisas do avesso dentro das casas pobres e ricas, das famílias hetero e homossexuais, das brancas e de todas as cores. E das famílias com pessoas com deficiência, como a minha. As novas gerações Y e Z* não vão deixar esse assunto passar, como tantas outras gerações já fizeram. Não! Não desta vez!
O assunto Diversidade e Inclusão é urgente e é difícil: aqui e em todos os países do mundo. É vagaroso, mas anda pra frente. Um mundo complexo não tem mais tempo e energia para ser despendidos em discriminação, dogmas e violência. É preciso canalizar nossa força para uma socialização coletiva e inclusiva. Por uma Inteligência Social. Não podemos mais enterrar a nossa humanidade, chacinar as nossas atrações.
Como vamos nos equipar para a equiparação entre os humanos?
Temos que ter uma intensa intenção em construir um mundo que acolha a diversidade.
Num mundo complexo, a diversidade tem papel crucial na solução de problemas. Acolha a diversidade pelos motivos que você preferir: humanitários, sociais, políticos, culturais, econômicos, fraternais, sexuais.
Se liga! Pra inovar, você precisa acolher a diversidade.
“Não limitamos nossos objetivos por país, cor ou credo. Vamos nos desafiar a nos tornarmos uma força aglutinadora, principalmente naqueles momentos quando as nossas emoções brutas nos levam a tentações contrárias.” – Bill McDermott, ex-CEO da SAP. Eu gosto muito dessa dica do Bill, quando ele fala que precisamos nos conhecer e saber que as nossas emoções brutas nos levam a tentações contrárias.
Não é nada fácil acolher a diversidade e lutar pela inclusão. Mas tá na hora da gente desenvolver a nossa Inteligência Social.
E entender que um mundo de iguais além de ser muito chato, é muito pobre de ideias.
E eu quero viver e trabalhar num mundo abundante de ideias! E você?
Para conhecer mais sobre a Beia Carvalho https://multipalestras.com/2022/02/07/beia-carvalho/