Reginaldo Leme, um dos jornalistas esportivos mais respeitados do mundo e um dos mais experientes na cobertura da Fórmula 1.
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Reginaldo já rodou o mundo acompanhando a Fórmula 1, cobriu duas Copas do Mundo – na Espanha, em 1982, e no México, em 1986 –, os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, já viu o Brasil subir ao pódio com os três campeonatos de Ayrton Senna. Mas se há algo que realmente o emocionou, em sua carreira vitoriosa, foi a morte do piloto brasileiro, em 1994. Reginaldo Leme era tão envolvido era com Senna que a Globo o dispensou, ao lado do apresentador Galvão Bueno, para que os dois acompanhassem o velório e o enterro do amigo em São Paulo.
Coincidência ou não, Reginaldo Poliseni Leme nasceu em 3 de janeiro de 1945, exatamente no mesmo dia, mas 24 anos antes, que aquele que seria o maior campeão da Fórmula 1, o piloto alemão Michael Schumacher. Natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Reginaldo Leme foi criado em São Paulo, para onde foi com o pai bancário Joinville Paim Leme e a mãe, dona de casa, Rosa Poliseli Leme. Estudioso, formou-se em comunicação na Cásper Líbero, fez Direito na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e ainda se pós-graduou em jornalismo e marketing pela Fundação Getulio Vargas.
Reginaldo Leme saiu da faculdade de Jornalismo em 1966 e, mediante contatos de amigos de familiares, começou a trabalhar no caderno de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo no primeiro dia de 1968. “Evidentemente, naquela época, o automobilismo no Brasil ainda não existia”, recorda.
O sonho de cobrir automobilismo pelo Estadão seria realizado e a motivação para tal tem nome e sobrenome de campeão: Emerson Fittipaldi. “O Estadão não publicava o automobilismo nacional. Emerson teve um grande papel em mudar isso. Ele e um engenheiro amigo dele, hoje também meu grande amigo (mais um deles), Chico Rosa, foram até o Estadão e falaram para o editor: ‘Olha, nós estamos indo para a Europa, estamos iniciando uma aventura lá’. Como não existia uma cobertura, a proposta deles era a seguinte: depois de cada corrida, eles fariam uma ligação a cobrar para o Estadão e me passariam as notícias. Foi assim que começou a cobertura dos feitos de Emerson no exterior”, conta Reginaldo Leme, que fez parte, assim, da própria história do automobilismo brasileiro.
O sonho estava começando a se realizar. Ainda não eram grandes reportagens, uma cobertura exclusiva, mas já era um bom começo. E Reginaldo Leme continuou se dedicando ao futebol. Mais uma vez presenciou um momento histórico, agora do futebol: o milésimo gol de Pelé. Havia quatro repórteres que cobriam o futebol, houve um sorteio para ver quem cobriria cada um dos jogos que o Rei faria no Nordeste, após completar 997 gols, e Reginaldo achou que era bola fora da rede ao ficar com o jogo contra o Vasco, o último do sorteio. Era o bilhete da sorte! E mais, ele foi um dos primeiros repórteres a chegar próximo do jogador, após o gol.
Mais uma vez, teve o auxílio de Emerson Fittipaldi: foi só a partir da primeira vitória do piloto, na quarta corrida da temporada, que o projeto vingou, e o repórter viajou para acompanhar o campeonato de 1973.